domingo, 7 de junho de 2009

Treinamento personalizado em escalada indoor

Para quem acha que não tem como trabalhar condicionamento físico, performance e estética somente com escalada indoor, aí está um exemplo!! Gerson Cardoso


É claro que passamos um ano trabalhando também com musculação, e treinamento aeróbio, mas há alguns meses estamos somente com escalada indoor e o meu aluno está cada vez melhor!!

Na escalada indoor, já trabalhamos resistência + tolerância ao lactato, velocidade... É só utilizar a criatividade e o conhecimento e aplicar no treino de escalada!!!

Meu trabalho como personal trainer consiste em:


Anamnese e Avaliação física - Primeira conversa, onde faço uma avaliação completa (Anamnese, PAR-Q, Avaliação Antropométrica, Postural).


Macrociclo de treinamento - Organização de um treinamento a longo prazo que permite trabalhar os diversos tipos de capacidades físicas ao longo do ano (ou do período estipulado).


Avaliações Físicas Periódicas - Permite avaliar o desempenho do aluno, tanto físico, quanto metabólico, e a partir da mesma, manter ou alterar o próximo ciclo de treinamento.


Assessoria / elaboração de treinos extras (fora do horário programado), tais como entre os dias de treinos por mim assistidos.


Este trabalho como personal, pode englobar diversos tipos de atividades, conforme a necessidade e escolha do aluno. Pode ser somente musculação, somente treinos aeróbios, escalada indoor, alongamentos, ou, um mix de tudo.

Silviane Sebold

CARDIOPATIAS E O EXERCÍCIO FÍSICO

A cada ano, as doenças cardiovasculares provocam 12 milhões de mortes em todo o mundo e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é a principal causa de mortalidade na Europa, responsável por mais de 50% do total de mortes de pessoas acima de 65 anos (HEYWARD, 2004).

De acordo com pesquisas, um em cada cinco norte-americanos apresenta algum tipo de DCV: hipertensão (50 milhões), cardiopatia coronariana (12,2 milhões), insuficiência cardíaca congestiva (4,6 milhões) ou acidente vascular cerebral (4,4 milhões) (WILMORE e COSTILL, 2001; AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2001).

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças cardiovasculares aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte, representando praticamente um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade (GODOY et al, 2007). Em 2002, essas doenças foram responsáveis por mais de 1,2 milhões de internações e representaram 10,3% do total de internações no Sistema Único de Saúde e 17% dos gastos financeiros (ARAUJO e FERRAZ, 2005).

Para Wilmore e Costill (2001), os principais tipos de doenças cardiovasculares são: doença coronariana, hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e as secundárias, tais quais as doenças vasculares periféricas, valvulopatias cardíacas, cardiopatias reumáticas e as cardiopatias congênitas.

Os fatores de risco que levam às doenças cardiovasculares são diversos e estão entre eles à hipertensão, hipercolesterolemia, fumo, diabete melito, obesidade e inatividade física (HEIWARD, 2004; CHANDLER e BROWN, 2009).

HIPERTENSÃO
A hipertensão consiste na elevação crônica da pressão arterial, acima dos níveis considerados desejados para a idade e o tamanho de uma pessoa. O coração, quando submetido a níveis elevados de pressão arterial, trabalha mais que o normal, expelindo o sangue do ventrículo esquerdo contra uma maior resistência, impondo uma maior tensão sobre as artérias e arteríolas sistêmicas (WILMORE e COSTILL, 2001).

De acordo com a Associação Americana do Coração, aproximadamente 50 milhões de norte-americanos acima de 6 anos de idade já têm pressão alta e a porcentagem de mulheres com hipertensão aumenta progressivamente dos 55 aos 74 anos de idade e, após, a porcentagem de mulheres com pressão alta é maior que a do sexo oposto.

Para Heiward (2004), o treinamento aeróbio diminui a pressão arterial em indivíduos com hipertensão diagnosticada de leve a moderada.


No estudo de Kelley e Kelley (2000), concluiu-se que os efeitos do treino de força podem reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica de repouso de 2% a 4% em adultos, depois de submetidos a um treinamento de força.

CARDIOPATIA CORONARIANA
Na medida em que o ser humano envelhece, as artérias coronárias que suprem o miocárdio vão ficando mais estreitas em função de placas de gordura que se alojam no interior das artérias, chamado aterosclerose. No momento em que a artéria é envolvida 100%, e denominado doença coronariana. A partir daí, as artérias vão ficando cada vez mais estreitas e a capacidade de suprimento sanguíneo vai ficando cada vez mais reduzida (WILMORE e COSTILL, 2001; HEYWARD, 2004).

Quando o miocárdio não recebe sangue suficiente em função do estreitamento, ela torna-se isquêmica, sofrendo uma deficiência de sangue. A isquemia do coração é caracterizada por uma dor forte, denominada angina, e é percebida durante os períodos de esforço físico ou quando o indivíduo é submetido a um estresse. No momento em que o suprimento sangüíneo ao miocárdio é reduzido ou totalmente restringido, a isquemia pode levar o individuo a um infarto do miocárdio, causando sérias lesões e necrose irreversível às células cardíacas (WILMORE e COSTILL, 2001; HEYWARD, 2004).

Estudos comprovam que o treino de força deve ser considerado um componente importante na reabilitação de mulheres idosas com DAC. No estudo, Ades et al (2003), constatou que mulheres com idades em torno de 65 anos com DAC que participaram de um intenso programa de treinamento de resistência, melhoraram sua a capacidade funcional, e automaticamente puderam voltar a realizar suas atividades da vida diária. Os benefícios se estenderam para as capacidades, tais como resistência, equilíbrio, coordenação e flexibilidade.

INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma condição na qual o músculo cardíaco não consegue manter o débito cardíaco normal que seja adequado para satisfazer a demanda de oxigênio do corpo. Geralmente ocorre em função de causas como hipertensão, aterosclerose e infarto do miocárdio (WILMORE e COSTILL, 2001). A diminuição do fluxo sangüíneo periférico, e baixa perfusão são comuns em pacientes com ICC (KAYE et al., 1995).

Quando o débito cardíaco se torna insuficiente, o fluxo sanguíneo começa refluir para as veias, fazendo com que o excesso se acumule pelo corpo, principalmente pulmões, pernas, tornozelos e dedos, podendo até mesmo, evoluir a ponto de precisar ser feito um transplante de coração. (WILMORE e COSTILL, 2001).

De acordo com Chandler e Brown (2009), alguns estudos demonstram que exercícios de força combinado a exercícios aeróbios tem sido benéficos para a melhora da função vascular em indivíduos com ICC.

Estudos de Hare et al., (1999) e Selig et al., (2004), por exemplo, têm indicado que o exclusivo treinamento de força, ou combinado com o treino aeróbio como nos estudos de Maiorana et al., (2000) e Conraads et al., (2002), pode corrigir as anormalidades encontrada em pacientes com ICC com relação à função vascular, imunidade e controle autonômico.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Segundo Wilmore e Costill (2001), o acidente vascular cerebral (AVC) é uma forma de doença que afeta as artérias que suprem o cérebro e a causa principal é o infarto cerebral. O indivíduo após passar por um infarto, pode ter a parte do cérebro que não teve suprimento sanguíneo necrosada e até mesmo morrer. O infarto cerebral pode ser resultante de três causas.

A trombose cerebral, onde ocorre uma formação de um trombo no interior de um vaso cerebral, possivelmente onde teve uma aterosclerose.

A embolia cerebral, onde um material não dissolvido desprende-se de outro local do organismo e se aloja numa artéria cerebral.
A aterosclerose, que pode acarretar em um estreitamento da artéria cerebral.

O AVC pode ter como causa também a hemorragia, tanto cerebral, quanto a hemorragia sub-aracnóide. A hemorragia cerebral acontece quando uma das artérias cerebrais se rompe e a sub-aracnóide é quando um dos vasos da superfície do cérebro rompe, desviando sangue para o espaço entre o cérebro e o crânio.

ATEROSCLEROSE
É a deposição de placas de colesterol (chamadas de ateromas) na parede das artérias. Leva ao enfraquecimento e dilatação localizada (aneurismas) das artérias, que podem se romper. Além disto, as placas de ateromas diminuem o fluxo de sangue para os diversos órgãos, e em situações de aumento da demanda por oxigênio podem precipitar um infarto (morte tecidual).
Os exercícios físicos, incluindo os exercícios com pesos, diminuem os triglicerídeos no sangue, diminuem também as lipoproteínas nocivas (LDL), e aumentam os níveis das lipoproteínas benéficas (HDL), diminuindo assim o risco de aterosclerose (WILMORE e COSTILL, 2001).

OUTRAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Doenças Vasculares Periféricas
Envolvem as artérias e veias sistêmicas que são opostas aos vasos coronarianos. Entre elas estão à arteriosclerose refere-se às várias formas de espessamento de paredes arteriais, entre elas, a aterosclerose. As varizes e flebites também são consideradas doenças vasculares periféricas, onde as varizes são decorrentes a incompetência das válvulas venosas, permitindo que o sangue reflua para as veias permitindo que se tornem dilatadas e dolorosas. A flebite é a inflamação de uma veia, tornado-a dolorosa (WILMORE e COSTILL, 2001).

BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

De acordo com ACSM (2007), a prática de exercícios físicos traz inúmeros benefícios, tais como:

Melhora na função cardiovascular e respiratória.
· Auxilia na melhora da captação máxima de oxigênio através de adaptações centrais e periféricas;
· Ventilação-minuto reduzida para determinada intensidade submáxima absoluta;
· Custo em oxigênio para o miocárdio reduzido a uma determinada intensidade submáxima absoluta;
· FC e PA reduzidas para determinada intensidade submáxima;
· Densidade capilar aumentada no músculo esquelético;
· Limiar do exercício aumentado para o acúmulo de lactato no sangue;
· Limiar do exercício aumentado para o início de sinais ou sintomas de doenças (angina, depressão isquêmica do segmento ST, claudicação);

Redução dos fatores de risco para doença coronariana:
· Pressões sistólica/diastólica em repouso reduzidas;
· Níveis séricos aumentado do colesterol lipoproteico de alta densidade e reduzidos dos triglicerídeos;
· Gordura corporal e infra-abdominal total reduzida;
· Melhor tolerância a glicose;
· Adesividade e agregação plaquetárias reduzidas;

Morbidez e mortalidade reduzidas.
· Intervenções para prevenir a ocorrência inicial;
· Níveis mais altos de atividades e/ou aptidão estão associados com taxas de morte mais baixas para doença coronariana;
· Níveis mais altos de atividades e/ou aptidão estão associados com taxas de incidência mais baixas para a combinação de doença cardiovascular, doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes do tipo 2, fraturas osteoporóticas, e outros;
· Intervenções após um evento cardíaco, para prevenir outro;
· A mortalidade é reduzida em pacientes no pós-infarto do miocárdio que participam de um treinamento de reabilitação cardíaca;

Outros benefícios, tais como:
· Redução da ansiedade e depressão;
· Melhora nas atividades da vida diária tanto de idosos quanto da população mais jovem;

RECOMENDAÇÕES DO ACSM
O ACSM (2007), recomenda o teste de esforço com estresse antes de um exercício vigorosos para os indivíduos que correm um risco moderado ou alto, incluindo homens com mais de 45 anos de idade e mulheres com mais de 55 anos de idade, os indivíduos com mais de um fator de risco para doenças coronariana ou para doenças coronariana conhecida. Já, o American College of Cardiology e as American Heart Association Guidelines for Exercise Testing consideram de valia um teste preventivo mesmo para pessoas assintomáticas (ACSM, 2007).

Segundo as últimas diretrizes do ACSM (2007), sempre que possível, os indivíduos com algum histórico de cardiopatia devem ser encorajados a participarem de alguma ou várias atividades que promovam o condicionamento físico total, tais como a utilização de cicloergômetros, esteiras rolantes, elípticos, bem como exercícios de amplitude de movimento e treinamento de resistência.

Para prescrição do exercício à pacientes cardíacos, o ACSM (2007), indica no trabalho para aptidão muscular, exercícios de resistência que inicie com pesos baixos, enfatizando todos os grupos musculares, 10 a 15 repetições por série, uma série de 8 a 10 exercícios. O peso é aumentado gradualmente, na medida em que o individuo se adapta ao treinamento e o esforço percebido deve ser de 11 a 13, da escala de categoria de Borg. Os indivíduos devem fazer a contração lentamente, expirando no momento de maior esforço, evitando a manobra de Valsalva. Em caso de surgirem sintomas de alerta, o exercício deve ser encerrado.

Silviane Sebold
Grdnda – ESEF / UFRGS